“Faça você mesmo” é um lema que cairia como luva no Colégio Monte Alto, no Andaraí. A escola, que está em seu primeiro ano de atividade, foi criada por pais que buscavam um ensino completo para seus filhos, com direito a música clássica e aulas de imersão em inglês desde a educação infantil.
Insatisfeito com as opções no mercado, o grupo fundou, em 2012, a Associação Carioca de Educação e Cultura (Acec). A organização sem fins lucrativos é responsável por gerir a escola, que funciona atualmente até o maternal II (crianças de até 4 anos), e abrirá turma de pré I (até 5 anos) no ano que vem.
— É uma questão de ideologia. Queremos que a educação dos nossos filhos seja completa — afirma a psicóloga Tatiane Ribeiro, uma das integrantes da Acec e mãe de Mariana, de 2 anos, atualmente no berçário II.
O projeto pedagógico do Monte Alto é inspirado no grupo espanhol Fomento de Centros de Enseñaza, que cuida de 50 escolas ao redor do mundo. A diretora Juliana Barcellos, mãe da pequena Amanda, de 1 ano, do berçário II, considera a presença dos pais um dos principais eixos do colégio.
Há pelo menos quatro reuniões individuais entre pais e professores ao longo do ano, além de palestras com educadores. Na última atividade externa — um piquenique no Dia da Criança —, a adesão de pais e filhos foi massiva.
— Os pais entenderam a importância de participar do dia a dia, de educar junto com a escola. Os professores também são uma parte fundamental nesse projeto. Todo mês, nós fazemos um treinamento para eles — explica.
MÚSICA CLÁSSICA PARA CRIANÇAS
Não é apenas a participação dos pais que torna diferente a rotina do Monte Alto. As turmas têm até 15 alunos, com atividades de 8h às 16h. A cada semana, os pequenos são colocados em contato com a obras de mestres como Chopin, Beethoven e Mozart.
— A criança tem uma capacidade absurda de aprendizagem até os 5 anos, e isso precisa ser estimulado. Meu filho, com 4 anos, já canta em inglês e consegue reconhecer sinfonias de música clássica. É uma coisa de outro mundo — diz um orgulhoso Leandro Schmidt Marques, engenheiro e pai de Rafael, do pré I.
Os métodos de ensino envolvem também aulas de imersão em inglês, nas quais o professor não usa sequer uma palavra em português. Outra curiosidade é uma técnica chamada de “bits de inteligência”, desenvolvida pelo americano Glenn Doman: o professor exibe cartazes com palavras, números ou imagens, dizendo o conteúdo em voz alta e trocando-o rapidamente, com objetivo de estimular o cérebro no início da formação.
Na ideia de ensino personalizado, as salas de aula são divididas em cantos de atividades que atendem a diferentes campos, como matemática, linguagens e atividades lúdicas. A ideia é se adequar ao ritmo e às demandas de cada criança. Os pais são unânimes: o aprendizado trazido pela escola não se limita aos filhos.
— As coisas novas que meu filho aprende também agregam conhecimento para a família — afirma Marques.
Por Bernardo Mello, via O Globo