Meninas em escolas single-sex são mais positivas no aprendizado de Matemática

Meninas em escolas single-sex são significativamente mais positivas no aprendizado de Matemática do que suas companheiras em escolas mistas

Kester Lee e Judy Anderson, da Unversidade de Sydney descobriram que alunas de escolas single-sex apresentam atitudes mais positivas em relação ao estudo de Matemática e que alunas de escolas mistas manifestam atitudes menos positivas.

De fato, o estudo descobriu que as meninas das escolas single-sex obtiveram resultados melhores entre todos os estudantes, seguidas, primeiramente, pelos meninos de escolas single-sex, depois pelos meninos das escolas mista e por fim pelas meninas das escolas mistas.

Lee e Anderson chegaram à conclusão de que: “Para as meninas que participam desse estudo, os alunos dos contextos single-sex tiveram atitudes muito mais favoráveis em relação ao estudo de Matemática do que os alunos das configurações mistas”.

Lee e Anderson observaram que seus resultados estão fortemente de acordo com um estudo irlandês de 2014, envolvendo quatro escolas, realizado por Prendergast e O’Donoghue, que concluiu que os estudantes de uma escola single-sex masculina relataram uma maior satisfação em estudar Matemática, seguidos pelas alunas de uma escola single-sex feminina, enquanto nas escolas mistas, os meninos demonstraram um interesse significativamente superior do que as estudantes do sexo feminino.

Os estudos de Lee e Anderson também estão fortemente de acordo com outro estudo realizado na Austrália em 2010 por Tully e Jacobs, onde se verificou que as alunas das escolas single-sex superaram os meninos nas medidas de auto percepção da habilidade matemática.

Os pesquisadores da Universidade de Sydney escrevem que as diferenças de gênero nas atitudes em relação ao estudo de Matemática, nas escolas mistas, “levanta a ampla questão dos estereótipos de gênero e possíveis impactos do ambiente escolar”.

Pode ser, na opinião dos pesquisadores, que as alunas nas escolas mistas “são mais propensas a atuar em conformidade com os estereótipos de gênero”, enquanto as alunas das escolas single-sex podem ter mais liberdade para não se conformar com “as expectativas de gênero”.

Lee e Anderson concluem que isto tem implicações na forma como os educadores abordam as atitudes negativas em relação ao estudo de Matemática, notando que algumas escolas mistas já introduziram salas single-sex nas aulas de Matemática.

O presente artigo foi publicado no site de AGSA
(Alliance of Girl’s Schools Australasia)

27 de junho de 2016


BIBLIOGRAFIA:

Lee, K., & Anderson, J. (2015). Gender differences in mathematics attitudes in coeducational and single sex secondary education, in M. Marshman, V. Geiger, & A. Bennison (Eds), Mathematics education in the margins (Proceedings of the 38th annual conference of the Mathematics Education Research Group of Australasia [MERGA]), (pp. 357-364). Sunshine Coast, Queensland: MERGA.

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