“A postura do educador influencia na motivação de seus alunos e em seu impacto na comunidade, através das aulas e da unidade de visões com a instituição”, afirma Leo Fraiman
Comentários Solar:
Leo Fraiman, conhecido psicoterapeuta, escritor e palestrante, trata de um tema interessante no artigo que reproduzimos: a motivação.
Talvez um primeiro aspecto a ser comentado seja a atitude global do professor. Embora seja difícil defini-la em poucas palavras, utilizaríamos os seguintes traços: um professor apaixonado pelo que faz, mostra seu “melhor eu” e é capaz de apaixonar; um professor criativo conduz à criatividade; um professor empático é capaz de arrastar os seus alunos para que desejem ser melhores.
A criatividade, intimamente ligada à inovação, nem sempre significará inventar coisas novas. Inovar é integrar tudo o que seja possível e, para isso, precisará ter clareza do que pretende e usar os recursos para isso. Inovar é fazer muito bem o que fazemos de melhor.
É preciso ressaltar que, em nosso projeto educativo, fazer com que todos os alunos melhorem é uma grande inovação.
Um segundo aspecto a ser comentado é a motivação como recurso pedagógico importante.
O professor que sabe motivar os estudantes costuma alcançar os objetivos a que se propõe. Em certa medida, o rendimento escolar é consequência da qualidade da motivação.
Um fator que não pode ser esquecido na prática diária é que os alunos precisam saber quais trabalhos estão sendo pedidos, quais objetivos devem alcançar, quais meios têm para consegui-lo e como serão avaliados. A desmotivação para um aprendizado decorre muitas vezes de uma situação de ignorância, mais do que a atitude negativa, do estudante. Saber para que se faz algo, isto é, conhecer a relação existente entre as atividades que realiza e os objetivos que se pretende alcançar, constitui a base da motivação.
De pouco serviria ensinar muito se os alunos não aprendessem quase nada. O professor deve estar atento para colocar os alunos numa situação de aprendizagem constante, que lhes interesse e lhes satisfaça.
O conhecimento dos resultados, que será sempre pessoal, é um forte estímulo para corrigir os erros e melhorar. Para tanto, é interessante indicar aos alunos os resultados de seus trabalhos com a maior antecedência possível. O reconhecimento do bem feito no trabalho escolar é percebido pelo aluno como um sucesso, e a esperança de obter mais sucesso, estimula o aluno a reiterar o comportamento aprovado pelo professor. O reconhecimento dos acertos de um aluno – ou de um grupo de alunos – numa tarefa determinada, motiva mais que a informação sobre as deficiências.
O registro dos progressos na consecução das metas propostas e o conhecimento das causas do sucesso ou do fracasso numa tarefa aumentam a motivação para a aprendizagem.
As atividades devem ser dosadas de tal forma que, a partir das mais acessíveis, o aluno vá obtendo êxitos sucessivos. Se a exigência é pouca, os alunos mais brilhantes, que reagem positivamente diante do desafio, perdem o interesse. Se a dificuldade é excessiva, os menos capazes perdem a motivação. Como não é possível encontrar tarefas que sejam adequadas para todos os alunos simultaneamente, torna-se imprescindível uma diferenciação dos objetivos.
A motivação consiste em estimular o esforço e em estabelecer uma dificuldade razoável para que a tarefa seja possível. As mudanças moderadas no nível de dificuldade e complexidade de uma tarefa favorecem a motivação em quem a realiza. As mudanças bruscas provocam rejeição e podem conduzir ao desânimo.
Convém relacionar os conteúdos de aprendizagem com os interesses e necessidades próprias de cada grupo de alunos (de acordo com sua idade, ambiente, etc.). O progresso é mais rápido quando os alunos reconhecem que a tarefa coincide com seus interesses imediatos. Assim mesmo, a motivação é maior quando o material didático que se utiliza é variado e adequado ao conteúdo.
Fonte: UOL Educação (23 de outubro de 2014)
Somos seres biopsicossociais e nos mostramos como nos mostramos diante de um contexto que nos inspira, ou nos pira. Em ciências humanas, nada pode ser entendido como “todo mundo”, “ninguém” ou “nunca”, pois essa atitude generalizadora não leva em conta o ser como indivíduo. É por isso que dizemos que não há determinismo nesse campo de conhecimento.
E a sua aula? Ela produz o quê em seus alunos? Na mesma escola em que certos professores saem da sala de aula cabisbaixos, pois “nada funciona” e “eles (alunos) não querem nada com nada”, há sempre alguns educadores que se comprometem de uma maneira diferente e que conseguem criar relações sadias e produtivas com os (mesmos) alunos e estes educadores saem com uma sensação boa no peito, de que são importantes, que suas matérias são assimiladas e que sua vida tem valor. Ora, na mesma escola acontecem fenômenos tão diferentes, por quê? Pois não são os mesmos alunos. Uns são ´pirados´, outros inspirados. O que nos interessa é encontrar caminhos para alcançarmos a excelência em nossas aulas.
Temos compromisso ainda com a ética, com o desafio de promover o bem comum, resguardar valores humanos para todos, respeitando as diferenças e a harmonia da sociedade. Isso implica usar de firmeza e afetividade em equilíbrio, ter o empreendedorismo como um valor inegociável e buscar ser um líder exemplar, inspirador.
Afinal de contas, quando uma aula não se mostra produtiva, quando a escola não consegue bons resultados, de nada basta dizer para os alunos coisas como: “Eu já passei no vestibular, se vocês não querem aprender, problema de vocês”. “Aula dada, pessoal, azar de vocês… se não colaboram, estou pouco me lixando”. Pois não somente os alunos perdem, como seus pais também saem prejudicados por terem confiados numa escola que os traiu em suas expectativas e necessidades e a sociedade como um todo receberá pessoas despreparadas para a vida e para o mercado de trabalho. E o mais prejudicado é o próprio educador. Pois quando as coisas vão mal, eles acabam tendo que conviver muitas de suas horas de vida em um ambiente que se mostra insalubre e triste, no lugar de feliz e animado.
Fica claro então que a comunidade também deve estar entre nossos compromissos principais. A partir de nossa unidade de visões, propósitos, metas e ações cotidianas, podemos promover a sustentabilidade de nossos valores e formar uma comunidade social e profissional. E, a partir da força de nossa comunidade, impactar a sociedade como um todo. As atitudes que levam a isso são: compartilhar dados, fotos, pesquisas, leituras e práticas bem-sucedidas; oferecer e pedir apoio; aprender com os pares; e, se preciso, ajudá-los.