Nos dias 23 e 24 de outubro aconteceu em Curitiba o 5º Congresso Latino americano de Educação Single-sex.
O evento contou com a participação de 200 pessoas provenientes de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Estados Unidos e Espanha.
Com o título “Os grandes desafios da educação no século XXI” o evento trouxe a discussão e reflexão acadêmica sobre o modelo de organização escolar single-sex.
De acordo com o Prof. Jaume Camps da Universidade Internacional de Catalunha, a sala single-sex “desativa” a pressão de gênero dentro da sala de aula, facilitando a manifestação das características próprias de cada aluno ou aluna. Assim, cada criança goza de uma maior liberdade de expressão, comunicação e atuação.
Outra consequência da sala single-sex, ainda segundo o prof. Camps, é a igualdade de oportunidades, pois moças e rapazes se sentem desvinculados da expectativa sobre os papeis sociais atribuídos a cada sexo (estereótipos), e podem realizar com mais liberdade suas escolhas profissionais.
Cristina Jacobs, Vice-diretora da Young Women’s Leadership School of Brooklyn, de New York, salientou em sua conferência que as escolas só para meninas são um grande instrumento de empoderamento feminino, desde que haja um acompanhamento personalizado de cada aluna.
Begoña Pascual, Vice-reitora da Faculdade de Educação Villanueva, de Madri, e Presidente da Confederação de Associações de Pais da Espanha defendeu o direito das famílias de escolher a melhor escola para seus filhos dentro de um arco amplo de opções, onde também se encontre o modelo de escolas single-sex.
Dentro desta mesma linha de pensamento a professora Lenise Garcia, ao falar sobre os desafios da Educação no Brasil, destacou o que está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: que a educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade.
Enrique Gordillo da Universidad San Pablo (Arequipa, Peru) mostrou os resultados de meta-análises comparativas dos resultados acadêmicos das escolas single-sex e mistas. Mostrou que os resultados são favoráveis à educação single-sex. Por outro lado, salientou que são necessárias pesquisas quantitativas sobre esse modelo educacional na América Latina.
Alfonso Aguiló, respondendo à perguntas, destacou que a melhor pesquisa qualitativa desse modelo educacional é o grande apoio dos pais. Aqueles que usufruem desse modelo educativo são seus grandes propagadores.
Dentre os expositores nacionais, Beatriz Willemsens falou sobre o desenvolvimento de competências sócio-emocionais e de como, nos seus resultados preliminares de pesquisa, a educação single-sex pode ter um efeito positivo.
Elizabeth Vierheller, Vice-presidente da Rede Alced (Associação Latino-americana de Escolas Diferenciadas) elogiou a organização do evento e seu elevado nível acadêmico. Elizabeth considera que o 5º Congresso sobre Educação Single-sex introduziu com êxito o tema no cenário educacional brasileiro.
Como conclusões do evento, foi destacada a necessidade de melhorar a comunicação para o grande público, fazendo patente que esse é um modelo educacional de vanguarda, e de aumentar as pesquisas qualitativas e quantitativas sobre a educação single-sex. Ao mesmo tempo, foram fortalecidos os laços entre os países participantes, propiciando a troca de experiências.
Confira abaixo as fotos do evento: